Ele é lindo, interessante e beija bem – mas perde todos os pontos quando o sexo começa. Saiba o que fazer sobre isso (e quando não há nada a fazer) “Sexo, mesmo quando é ruim, ainda é muito bom.”
A famosa frase do cineasta Woody Allen (que adora falar desse assunto) pode até fazer sentido para grande parte dos homens. Já para nós, mulheres, sexo ruim é simplesmente ruim.
Eles conseguem atingir o orgasmo até mesmo em uma relação sexual mecânica, sem clima e roteirizada – que repete a exata sequência de etapas das transas anteriores. São capazes de gozar indo direto ao ponto, descartando as preliminares. Não tem jeito: para o sexo ficar bom, nesses casos, é preciso mostrar a eles outros caminhos. Pensamos em seis situações frequentes e reunimos dicas para contorná-las e trazer o clima de volta – quando o esforço for válido, é claro!
1. ELE NÃO TEM RITMO
“O que acaba com o clima é homem com pênis-britadeira“, define a publicitária Márcia Pedroso, 23 anos. “Ou dedos-britadeira.” Ela se refere àqueles movimentos sequenciais, firmes e rápidos que alguns caras fazem durante a penetração ou quando estão masturbando a mulher. “Se é rápido demais, machuca!”.
O fenômeno britadeira não costuma ter relação com falta de interesse do cara em você. Na maioria das vezes, ele simplesmente não sabe como agradar a mulher (claro que existem exceções, existem mulheres que gostam desse tipo de movimento). “São homens que pensam que as mulheres se satisfazem da mesma forma que eles”, diz a psicóloga e sexóloga Maria Claudia Lordello, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). “Não passa pela cabeça deles que é bem mais fácil para a maioria delas ter um orgasmo com movimentos suaves.”
Para acalmar um homem-britadeira, você pode conduzir a mão dele ou ficar por cima durante a penetração e comandar os movimentos. “Assim você mostra, com o corpo, como gosta mais de receber carinho”, sugere a especialista.
2. ELE É PERFORMÁTICO
O cara mal te conhece, sai com você e prepara um longo strip-tease ou faz caras e bocas sem parar na cama? Ele olha mais para si mesmo no espelho do que para seu corpo nu? Fique atenta.
Para a psicóloga e sexóloga Carla Cecarello, coordenadora do Projeto Ambsex (Ambulatório de Sexualidade), da Associação Brasileira de Sexualidade, “O homem que costuma agir assim deixa nítida a falta de envolvimento com a parceira e com a situação.” Nessas horas, ela diz que o melhor é cair fora antes de você entrar (sozinha!) em uma relação.
3. ELE VAI DIRETO AO PONTO
Falta de investimento nas preliminares é o que geralmente torna uma transa ruim para a “maioria” das mulheres. Para chegar até a cama, existe um longo caminho a ser percorrido, certo? O bacana é começar com beijos, abraços, cafunés e chegar lá aos poucos.
Fato: o homem se excita muuuito mais rápido do que a mulher (culpa de uma concentração de testosterona 90% maior). Para eles, as preliminares são mesmo uma etapa opcional. Ir direto ao ponto pode ser sinal de ansiedade, pouca experiência ou simplesmente de falta de consideração! “Em casos assim, nada impede que a mulher tome as rédeas e comece por conta própria os agrados no moço”, diz a psicóloga Maria Claudia Lordello. As chances de que ele se anime e retribua ficam bem maiores.
4. ELE REPETE O ROTEIRO
É frequente que depois de uns meses juntos o sexo comece a ficar um pouco repetitivo. Isso é mais comum entre casais de longa data, diz Carla Cecarello. “O estresse com fatores externos ao relacionamento e a rotina da vida a dois favorecem a situação.”
O cara pode estar com a cabeça ocupada com outros problemas e não ter energia para ser criativo na cama, por exemplo. Mas o “sexo programado” também pode ser reflexo da diminuição de desejo dele por ela. Seja qual for a origem do problema, a consequência, além do sexo ruim, é uma baixa na autoestima da mulher. E isso só será resolvido se você tomar a iniciativa de mudar a rotina. Interrompa-o quando ele for passar para o segundo “passo” do roteiro e proponha uma nova sequência. Se ele entrar na brincadeira, a questão está solucionada. Se não, é hora de conversar sobre a relação.
5. ELE EXPLORA POUCO O SEU CORPO
Se para eles é gostoso olhar, para a mulher a excitação vem do toque, dos beijos, da língua. Mas nem todo homem explora isso, uns por não saberem mesmo, outros por já terem entrado naquele esquema de sexo mecânico, com roteiro pronto. “Nesse caso o melhor que se tem a fazer é mostrar o que te excita. Quais são as partes do seu corpo que ele está deixando de lado, e nada de ser muito discreta.” Muitos homens deixam de lado ou dão pouca importância para os seios na hora do sexo. Não se dão conta que essa pode ser uma área de muito prazer e até um gatilho para que a mulher alcance o orgasmo. Se esse for o caso, mostre a ele, o conduza.
6. ELE FICA MELOSO
O cara ficou grudento demais depois do sexo? Esse comportamento não é incomum em homens apaixonados. “Alguns são mesmo supercarinhosos. Outros acham que assim estão agradando a parceira”, diz a psicóloga Carla Cecarello. Se a atitude incomoda, demonstre que não é a fofurice no jeito de falar que faz você sentir segurança na relação. Como? Dando beijos efusivos quando ele se comporta do jeito que lhe agrada – e fazendo cara de paisagem quando ele faz voz de bebezinho.
JUSTIÇA SEJA FEITA
Vamos ser realistas? Sexo é bom, sim, mas aquela sensação de ver fogos de artifício não acontece todo dia – depende da afinidade do casal, do clima do momento e da experiência de cada um. Para que o resultado seja bom, sua maneira de encarar o sexo e de se comportar na hora de transar é tão importante quanto a atitude do homem. “É bem mais fácil ficar decepcionada quando se tem um padrão idealizado ou quando se acredita em um papel passivo da mulher na busca pelo prazer”, diz a psicóloga Angélica Amigo. Se algo não vai bem entre quatro paredes, o primeiro passo é refletir sobre o que você mesma poderia fazer para mudar. Às vezes rola sentar e conversar. Em outros casos é melhor deixar que o corpo “fale” sozinho na hora de propor as mudanças. Só não vale se enganar achando que sexo ruim não é algo tão ruim assim para a relação. “Sexo bom é tão importante quanto qualquer outro ponto de um relacionamento, seja ele a afinidade, o sentimento ou o respeito”, completa a psicóloga e sexóloga Carla Cecarello.
Por: Tathiane Forato – MdeMulher
Editado e Adaptado por: Entre nós